Saturday, December 16, 2006

Refexões sobre os textos

Reflexões sobre o texto:
Desigualdades educativas estruturais no Brasil entre Estado, privatização e descentralização
Reflexões:
O atual sistema educacional brasileiro reforça as desigualdades sociais devido a sua fragmentação.
Histórico:
A história das lutas pela escola pública no Brasil, pode ser dividida em quatro momentos.
No primeiro período católicos e leigos defendiam escola particular e escola pública. Surge a Escola Nova. Ele acabou com a publicação da Lei de Diretrizes e Bases, que não chegou a contribuir para um avanço do sistema público de educação, visto que não contemplou as comunidades desfavorecidas, nem rurais.
No segundo período aparece o movimento de educação popular com a atuaçao de Paulo Freire. Ocorreram muitas lutas sociais.
No terceiro período o regime militar tentou impor uma educação tecnicista que foi recusada pela maioria dos educadores brasileiros pelo seu caráter autoritário.
No quarto período lançou-se a Nova Lei de Diretrizes e Bases, dando início a um lento processo de democratização do sistema educativo.
Dentro da sua história o sistema educativo brasileiro veio de um quase monopólio das ordens eclesiásticas passando por uma progressiva organização do Estado Imperial, sendo ajustado pela República.
As redes de ensino apresentam disparidades entre si. A elite social utiliza-se do ensino particular enquanto a rede pública sofre deficiências qualitativas e quantitativas.
Características:
Verifica-se nos últimos tempos uma sensível aumento das taxas de escolarização em todos os níveis de ensino e a redução das taxas de analfabetismo.
A dualidade ensino público/ensino particular reforça as diferenças entre uma rede elitista e uma rede pública inflada.
Dentro do ensino particular há a divisão entre instituições com e sem fins lucrativos.
Temos então estabelecidos pela lei de diretriz da educação três redes de escola públicas: federais, estaduais e municipais.
Nas escolas federais o ingresso é bastante seletivo. Nas escolas estaduais a situação está ligada com a situação econômica do estado.As municipais são super lotadas com muita repetência e evasão.
Na rede particular as escolas internacionais com alta reputação no ensino das línguas e as escolas tradicionais ampliam seu recrutamento enfraquecendo seu caráter religioso.
Dentro dos estados as disparidades chegam a ser absurdas. No Nordeste professores leigos, escolaridade de quatro anos e analfabetismo.
Os alunos circulam entre as redes públicas e particular.
A rede particular secundária é dinâmica e flexível, expandindo-se verticalmente sustentada pela demanda ocasionada pelo vestibular.
O desempenho dos alunos é diferente de acordo com o tipo de escola, pagam-se diferentes salários aos seus docentes e as despesas por aluno são diferenciadas.
O aluno oriundo de escolas particulares tem mais chances de conseguir uma vaga em faculdades públicas.
Como se mantém a fragmentação:
Privatização neoliberal:
A escola reproduz a desigualdade social e é por ela mantida.
Descentralização:
Reforça as diferenças entre estados, comunidades e regiões.
Pacto das elites:
A sociedade oligárquica em que vivemos usa, dentro de sua cultura conservadora e dependência colonial,da educação elitista para conter o avanço das massas organizadas.
Alternativas:
As discussões e análises da atual estrutura do sistema educativo brasileiro estão tornando-se mais conscientes.
A mercantilização do ensino vem sendo criticada e denunciada.
A escola é um produto de lutas sociais e, como tal, deve ser vista dentro de uma outra configuração em uma nova ordem política e social.
Falta vontade política.
A escolha do livro didático pelos docentes que poderia significar um avanço em relação à valorização do ensino público e do papel do professor, vêm apenas favorecer o mercado dominado por um pequeno grupo de editoras. Novamente usa-se a educação para incrementar alguma reação em algum setor econômico.
Apesar dos discursos, o Estado brasileiro não parece capaz de operar as mudanças estruturais necessárias para a solução do problema de acesso, permanência e finalização da escolaridade dos mais excluídos.
Nenhuma reforma pode funcionar num sistema estruturado em função de atender aos interesses das classes dominantes.
As associações dos educadores das escolas comunitárias no Norte e Nordeste representaram uma força política nos movimentos populares brasileiros. Assim também a experiência educativa do MST. E um exemplo de alternativa prática e possível vê-se nas experiências de municipalidades progressistas como de Porto Alegre.
Conclusão:
Não entendo a obrigatoriedade (posso estar falando uma bobagem!) de copiar um modelo ocidental ou europeu de sistema educativo. Talvez se nos preocupássemos em criar um modelo condizente com a nossa realidade e as verdadeiras necessidades de crescimento da nossa soberania enquanto Estado e da nossa cidadania enquanto povo participante das escolhas democráticas de seu país, teríamos um modelo a oferecer aos nossos colonizadores.
Melhorando a estrutura e os apoios políticos do setor público, encaminhando um orçamento que atenda as necessidades de estruturação do ensino público como meta governamental séria e valorizando os docentes com salários dignos e estímulos para participação em cursos, seminários, etc, oferecendo-lhes ambiente de trabalho digno, com instalações limpas, aparelhadas e bem estruturadas, permitindo-lhes o uso e o emprego de suas palavras e idéias nas decisões relativas à Educação , poderiam resultar em atitudes mais satisfatórias e que gerariam um crescimento integral a Nação Brasileira.

2 comments:

Suelen Assunção said...

Oi Amada!
Tua assiduidade para com o cumprimento das atividades é de "tirar o chapéu".
O teu comprometimento é excepcional.
Vou acompanhar a interdisciplina ECS até o final do semestre e, portanto, li teu texto.
Ocorreu um trecho teu que me fez parar: "Não entendo a obrigatoriedade (posso estar falando uma bobagem!) de copiar um modelo ocidental ou europeu de sistema educativo. Talvez se nos preocupássemos em criar um modelo condizente com a nossa realidade e as verdadeiras necessidades de crescimento da nossa soberania enquanto Estado e da nossa cidadania enquanto povo participante das escolhas democráticas de seu país, teríamos um modelo a oferecer aos nossos colonizadores."
Acho que é esta a idéia. Parar de seguir o modelo Europeu, pré-estabelecido pelos nossos governantes. Valorizar a cultura do nosso aluno (a nossa cultura) no currículo escolar; para que este se sinta também valorizado e motivado.
Mil beijos pra ti e sucesso.
Para qualquer coisa que precisares, contate-me.
Suelen - tutora da sede

Suzana Gutierrez said...

Oi Silvana

Não dissestes bobagem não... Por isso falei no meu comentário anterior sobre abandonar o norte e optar pelo sul.

Parabéns pelo comprometimento e pe lo cumprimento de todas as nossas leituras e atividades.
abraço e feliz 2007,
Suzana